Mea Culpa

Enfim.
Tenho aquela noção de que ando a escrever um pouquino demais, aqui. Tenho a nítida noção de muitas coisas. E tenho que fazer alo para mudar. Não podem ser apenas templates, definições de privacidade, definições de conta cantos manhosos.
Tenho que fazer por mudar em tudo.
Todos os dias escrevo e não me canso. É mais fácil assim: sentar o cu, escrever todos os lamentos de que me lembre, em vez de me levantar e fazer o que tenho que fazer.
Maldito parasita!
São horas de raiva contra mim mesmo, que irão resultar em dias iguais, que não mudam nunca. E as queixas, essas serão constantes.
Levanta-te de uma vez, idiota do caralho, e vai atrás. Faz-te à vida. Nada vai cair do céu. Ganha coragem, vergonha nessa cara e vai.
E antes que o leitor se interrogue, estpu a escrever isto cmo uma nota futura para mim mesmo. Algo para e ler, daqui a algum tempo, e rir-me do idiota que fui ou suspirar e lamentar o idiota que continuarei a ser.


E se olhar para trás, em que irei suspirar em ter sido um fracassado? No geral? Ou irei lamentar-me por não ter feito nada? Por não ter-me permitido amar novamente? Se tenho curiosidade, que vá atrás e tente. Só que sinto-o, como em tudo, mais fácil falá-lo ou escrevê-lo, do que fazê-lo.
De que me serviria o amor? Para preencher o resto do tempo? De que me serve isso? Acho que tenho uma mínima ideia do que é gostar de alguém. Não houve correspondência. E, pensand bem no assunto, acorrem-me duas palavras à cabeça: terror e obsessão.
Com amor, se calhar não estaria aqui agora.
Faço imensos "filmes" sobre as variadas possibilidades. Há sempre coisas boas. Há sempre momentos de sorrisos. Nunca penso na tensão, senão quando existem verdadeiras possibilidades. E isso afasta-me sempre. Deixem-me cá ser apenas um momento de tesão. Deixem-me ser apenas uma recordação, que se desvanecerá, enquanto o próximo corpo aquece aquela cama. Ou aquele carro.

"Qual é o teu problema em falres destas coisas connosco? Somos teus amigos. Daqui a uns anos morres e dizem: <>". A pergunta talvez se aplique do seguinte modo: "qual é o teu (meu) problema com uma proximidade mais íntima, que não seja somente sexual?". E acho que eu diria que não pensaria abdicar da minha liberdade por ninguém, que não tenho tamanha coisa por ninguém... não teria o estofo necessário para viver a minha vida assim, em prol de uma relação com ninguém. Amigos, rua e café são coisas que eu considero necessárias, mas às horas em que amigos estejam presentes ou, se não, em que eu tenha vontade. Nunca porque alguém mo exige. Nem abdicaria desses prazeres, por ninguém.


"Ninguém é feliz sozinho. Todos precisamos de alguém para sermos felizes", diz-me outra amiga há anos. Acho que ela ainda não perdeu a esperança de me ver com alguém. E eu não digo que não possa acontecer. Mas tal, terá que ser repentino. Como continuo a referir, incansávelmente, se eu me aperceber do que quer que seja a acontecer, não vou permitir nada.
E eis que ele corre, como quem corre pela vida!

A vida a passar e eu a sentir-me apenas como um idiota.
Não tenho.Não faço por ter.
É mais fácil sentar-me aqui, lamuriar-me como um idiota.
É mais fácil apanhar grandes pedradas.
É melhor ser sozinho.
É melhor oferecer ao corpo e negar ao coração.

Eu escolhi os caminhos que pisei. Cheguei aqui consciente de que eu apenas erro. Consciente ou inconscientemente, eu erro. E o estado das coisas é apenas culpa minha. De ninguém mais. De nada mais.

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