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Showing posts from September, 2016

Mortos

Há coisas que, uma vez mortas, devem enterrar-se e largar. De nada vale manter um cadáver em casa: ao fim de uns dias, começa a cheirar mal e torna-se incómodo. O mesmo se passa com as palavras e com alguma ideia que se tenha tido, mas que não resultou: enterra e passa à frente.

Sonho?

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Deixei o deserto para trás. Ao abrir os olhos fechados, dou comigo na sala empoeirada de uma casa, que, pelo que consigo perceber da vista através das vidraças das janelas, encontra-se rodeada de floresta. Traço um gesto no ar, tentando tocar as cadentes partículas de pó, que se desviam em danças graciosas. Avanço para a porta. Abro-a e a casa desaparece. Desenrola-se um pequeno caminho à minha frente, quase imperceptível, que termina à entrada de uma portada gigantesca, do que parece ser um templo antigo. Demasiado antigo, para ser real. Abro os olhos. E já não vejo nada.

Sem entendimentos

Ninguém o entende. Jamais alguém o entendeu. Sorte a minha, não estou neste mundo para a compreensão de ninguém, senão a minha própria compreensão, que, mesmo assim, já me falha!

Do you believe?

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Do you believe? But do you truly believe? Do you seek yourself in the dark sky of the city or in the starry sky of the country? Do you seek signs of who you are? Do you seek signs of where did you came from? Do you seek signs of the places where you've been, of where you've lived? Do you believe in the stars?

Esta loucura tão minha!

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O que pode fazer-se, quando o nosso nível de loucura leva-nos a ter o corpo presente, mas a nossa alma está a quilómetros daqui, a centenas se atrás? O que pode fazer-se, quando parece impossível acompanhar este mundo e o seu ritmo exagerado? Eu escrevo. Às vezes, desenho. E, uma vez sozinho em casa, ponho uma música qualquer aos berros e danço, sozinho, de maneira ridícula e exagerada pelos quartos da casa. Tenho muitos demónios dentro de mim. Não resultou tentar exorcizá-los, pelo que, agora, brincamos e dançamos juntos, nesta loucura tão minha.

Querer escrever e não conseguir

É por tudo isto, que eu chego à conclusão que escrevo quando preciso e não quando quero. E isto, já é alguma coisa.

Stoopid

I miss being young and stupid. Now, I'm just stupid!

Solidão

"Soube-o sempre. Não há ninguém que aguente a liberdade alheia; ninguém gosta de viver com uma pessoa livre. Se és livre, esse é o preço que tens de pagar: a solidão!" Chavela Vargas " Soledad " interpretado por Chavelas Vargas

Porque escrevo

Eu escrevo, porque tenho necessidade. Escrevo, para expulsar o que não digo, o que deixo morrer nas ruas da cidade. Escrevo, porque começo a esquecer-me de como expressar sentimentos de outra forma. Porque é mais fácil expressar-me assim. Devia estar a dormir. Ou a tentar. A noite já vai alta. E pensar não tem resultado. Escrevo, porque atrofio com qualquer coisa que não atinjo. E esqueço, muito rapidamente, o que quero escrever. "Ah! A doce agonia de esquecer A lembrar doidamente o que esquecemos... " Florbela Espanca

Boa noite, melancolia

Há palavras condenadas a serem apenas pensadas. Há sentimentos condenados a serem guardados dentro do peito. E depois, há aquelas coisas que saem, como lágrimas que escorrem pelo rosto dos sôfregos, como a melancolia que escorre pela minha caneta ou pelo meu teclado. Boa noite, melancolia!

Fado

Muitos não entendem a minha obsessão com Amália Rodrigues. Muitos não entendem o facto de gostar de Fado, das guitarradas. Acontece que vivo para tentar atingir a minha própria compreensão e nem essa tenho. A isto, chama-se Fado.