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Showing posts from February, 2017

Doce melancolia

Doce melancolia, Que me mata e consome aos poucos, que dentre tantos sentimentos, é o único que nunca me abandona, o mais entranhado na minha alma, no meu olhar perdido no horizonte, nos calmos suspiros, nas caminhadas loucas e sem rumo pelas ruas da minha cidade, na angústia que chega de leve, no silêncio da noite, na penumbra do meu olhar. Doce melancolia, Que me corrói, que não vai nunca, que fica no gosto do chocolate, no fumo do cigarro e nos jeitos tresloucados com que gesticulo pelos espaços.  Doce melancolia, Que me transporta para os sonhos mais doces, que me traz o amargo gosto da saudade, que me faz admirar a morte que o Inverno transparece, que me faz morrer face ao mar, em estranhas e incompreensíveis orações, à voz de Deus no canto marítimo na falésia que sonho e anseio.  Doce melancolia, Fica comigo mais um pouco.

Vivamos

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Já aprendemos isto, não foi? Já dissemos "até amanhã", sem que houvesse o amanhã para um de nós. Já imaginámos que teríamos mais um dia, mais uma semana, um mês ou um ano, sem que tal chegasse a haver. Viver implica muito mais que amar, rir, que pensar que cada dia possa ser o último. Viver, viver verdadeiramente, é nem sequer imaginar que aquele possa ser o nosso último dia. É nem sequer nos lembrarmos que possa não haver uma outra noite, que possa não haver um outro amor, uma outra gargalhada. Viver é rodearmo-nos de amigos e rir até doer a barriga, comer e beber, sentir tudo com toda a intensidade. Viver é bom e viver é lindo, mas viver e sentir, pode ser uma terrível maldição. Viver e saber o que se perdeu, não conseguir, não poder esquecer, pode ser uma das dores maiores que um pode ter. Já aprendemos muito, não foi? Continuemos a aprender. A querer. A desejar. A sonhar. A amar. A rir. A comer e beber, com os amigos, com a família. Continuemos a ser quem somos, não impor

Porque escrevo sobre o que não devia escrever

Há coisas sobre as quais já deveria ter desistido de escrever. Há coisas sobre as quais não falo, senão quando o assunto é puxado, como um bafo numa ganza. Há coisas que parecem que insistem em cruzar as nossas vidas, como se quisessem dar razão à opinião dos outros. No final de contas, acabo sempre por escrever sobre aquilo que deveria deixar quieto, porque há um comentário aqui ou ali, porque há quem há-de aparecer e perguntar por essas coisas. Antevendo o que acontecerá, adivinhando as minhas reacções interiores, escrevo. Escrevo muito. Escrevo para purgar a minha alma dos efeitos nocivos, daquilo que acham que é bem, que é por bem.

Sabes?

Sabes? Saberás? Alguma vez imaginaste, sequer? Eu pondero cada vez menos nas coisas. Quero é viver em sossego, longe de palpitações, longe de verdades, longe de mentiras. Quero, apenas, viver, sentir o vento na cara, sentir o calor de um fogueira no inverno, passar despercebido por entre as gentes. E, mesmo que me olhem, que não me vejam passar. Sabes? Eu queria tanto desta vida. Mas agora... só quero a quietude de um fim de tarde, lá numa aldeia remota, distante de tudo isto, de toda esta vida da cidade, de toda esta existência cheia de loucura, palavras, olhares, sorrisos. O mar bate na areia. No meu imaginário, será nas rochas, lá em baixo, da falésia, enquanto o horizonte se funde com o vasto oceano. E serei eu, o mar e o vento.

A sós, a ouvir música, a apreciar a solidão

Ouço a música (Lisa Gerrard "Redemption II"). Estou sentado no sofá, a fumar um cigarro. Aprecio este momento a sós. Como se nada mais houvesse no mundo, senão eu, a voz de Lisa Gerrard e o meu cigarro. A sensação solitária. Agridoce. Precisava de mais. Queria mais. Até que esse mais começou a parecer demais e reduzi-me a isto, a estes instantes a sós, de música que só eu sinto, que só eu compreendo, lá bem no meu íntimo. Queria mais. E, como se se passassem séculos, milénios por mim, tornei-me numa dessas estátuas que duram séculos, milénios, escondidas pelas areias do tempo, longe de olhares alheios. Uma cruel realidade, de um tempo há muito ido, há muito esquecido. Ouço e sinto a música. E, perante ela, sinto-me reduzido à insignificância da minha prisão de carne, que dizem ser um corpo, onde habitam milhões de células, reacções químicas, sentimentos e o raio que parta tudo isto. Estou a sós. Aprecio estes momentos. Aprecio esta solidão.

Podia estar a escrever da rua

Poderia estar a escrever isto da rua, de onde acabo de chegar. Poderia estar a escrever de um dos cantos escuros, por entre discussões ou conversas mais altas. Não prestar atenção ao que se passa à minha volta. Mas isso seria demais. Tenho ganho uma renovada confiança, sob vários aspectos. Olhar fixamente as coisas. Observar. Atingir um estado quase distante, mas presente. Manter o foco. Conversar ou escutar e observar do meu canto. Absorver os seus comportamentos, como o álcool os faz agir. Antes, chegava a ter medo. Hoje em dia, sou parte daquilo. Antes, temia mais. Hoje, estou consoante. Soubesses como eu vejo e como eu sinto. Soubesses como, sob aquela fragilidade toda, existe algo mais forte, que face ao receio, enfrenta as noites de frente e muito do que receou. Hoje, queria que me visses, orgulhosamente, em meio a toda a confusão. Impávido e sereno, absorvendo os gostos da noite. Receios de outros dias, ainda são existentes. Ainda são uma realidade dentro de mim. Mas estou firme

Conversas

Olá. Está tudo bem? Espero que sim. Espero, mesmo. Que tens feito? O de sempre? Casa, trabalho; trabalho casa? Isso é mau. Mas eu também não mudo muito as coisas. Practicamente, só tenho saído à noite, para trabalhar no café. Pois. É fodido. Bem, xau. Até amanhã. Serão estas as minhas futuras conversas?

What's wrong with me?

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What is wrong with me? What's wrong with how I am feeling? What's wrong with me tonight?  My soul aches, in many different ways possible, but I still don't know why. I still have no idea what brings me to such a mood, what makes me stop in the darkest corners of my mind and of my soul, staying there and touching those old ghosts, embracing them with dry, yet painful, eyes. From times to times, I come back to such doubts, to such pain, to such desires. I'll go to the window, after writing this text, I'll light up a cigarette and look to the same old buildings, the same old starry sky, full of the same old doubts, full of the same old bullshit. I know it's pretty useless, because things won't change, unless I try it hard to make such changes happen.  OK. OK. I feel like I'm not making sense. I feel. Therefore, I think and I think a lot. Too much. It can be overwhelming, the way those feelings affect me. I feel. And what I feel is painful. So m

Será que me lês?

Será que me lês e é por isso que te preocupas? Será que me lês e por aí falas as coisas que falas? Será que me lês, sequer?

Em ilusão

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Tens-me elevado. Mas quem és tu? De quem escrevo? Para quem escrevo? Será para ti que lês? Será para ele, que vive livremente, sem sequer pensar que eu existo? Tens-me elevado. E eu escrevo. Escrevo, porque escrever equilibra-me nestes dias, em que estou desiquilibrado, em que é mais forte a vontade de correr as noites, de silenciar o mundo, calar o que se pensa. Tens-me elevado, mas mesmo assim, não elevas a alma, a ponto a que ela não se feche, para que ela não se deseje escuridão e posterior esquecimento. Tens-me feito bem, mas eu não consigo sobrevoar essa floresta negra, tão negra, sem ter que percorrê-la - dor e amargura, escolho caminhar pelas ruas da minha cidade, enquanto se eleva a escuridão dentro de mim, a névoa que te envolve. Prefiro percorrer a minha aldeia, a mata, a conhecer. A conhecer gente nova, a dar de mim a gente nova. Prefiro o silêncio do cemitério, à força infindável desse olhar, ao bater do teu coração. Ou do coração dele? Ou ao coração de quem quer que seja?

Sonho

Sonho. Sonho com terras distantes, com outros tempos, com outras eras. Sonho com palácios e com sombras de cortinas esvoaçantes, dançando com o vento que chega do deserto. Sonho. Sonho com os corpos nus, dançando pelas alas dos palácios. Dançando ao ritmo da música que chega de lá de fora, dos músicos da cidade, das músicas do mesmo deserto, que passei a vida a sonhar e a amar. Sem saber. Sem querer saber. Sonho. E enquanto vou sonhando, vou perdendo a esperança. Porque enquanto sonho, sonho contigo. E enquanto quanto sonho contigo, vais vivendo a tua vida, longe, cada vez mais longe. Sonho. E escrevo. Escrevo por mim, para mim; vivo no desejo, vivo no sonho. E há verde dum lado, deserto do outro e, algures, encontra-se o mar. Tu. E eu. Cada um do seu lado, mas é o mar que me chama, é o mar que ama, é deserto em que me perco. É no deserto que me perco, nos meus sonhos, é no verde da mata que caminho à toa, é junto ao mar, ouvindo a sua canção, que entôo orações silenciosas, como se fos

Não sei

Não sei já: por onde andei, quem amei (ou se amei), se tenho a alma aberta, se sonhos há por que valha a pena lutar. Não sei o que dizer, não sei o que escrever. Só sei que sinto. Sinto muito e, no meu rosto, fica a seriedade de um dia de Inverno. Amanhã é um novo dia. Daqui a pouco, tenho que ir trabalhar. E levo, dentro de mim, a certeza de que não sei. E de crer que nunca saberei.

Ilusão

Até que nos apercebemos de que não passa de uma ilusão.

Ainda não faz sentido

Ainda não sei. Não sei. Parece. Deixa de parecer. Depois, parece uma vez mais. Passam os dias. E sem saber o que se passa, traço gestos vagos pelo espaço do quarto. O fumo do incenso, dança à passagem da minha mão. Ainda não sei. Não sei qual é o propósito desta vida, qual é o propósito de estar aqui. Neste momento, o propósito é preparar-me e sair para trabalhar. Os devaneios, os pensamentos, podem aguardar umas horas. Podem demorar-se, enquanto lavo loiças e atendo o público. Ainda não faz sentido.

Unexpected

I didn't expected that. Neither your sudden appearance, nor your proposal to smoke a joint. Through that experience, I did not expected your excitement for smoking with me. I didn't expected either our conversation. Your questions. Or even your words, your sweet, kind words, trying to make me feel good. I didn't expected, buddy, that it turned out to be such a spiritual thing without entering on spiritual levels. And yet, you've made it. You've gone deep within my thoughts, my beliefs, touching on issues that I am always avoiding. For the very first time in a long time, you've asked questions that left me uncomfortable, that made me think what would have I chosen on different days, you've made me think... Think on so many things, that I avoid to think on. It's been messing with me. It's been messing with my mind. And although it's good that I am forced to think and to feel uncomfortable until it becomes comfortable again, it's not good on m

Atordoamento

Aquele raro momento, em que me deixam atordoado com o que me dizem. Em que me deixam atordoado com as perguntas que me fazem. Em que vou a ler qualquer coisa e não consigo concentrar-me. Aí está qualquer coisa, que não acontece todos os dias...

Nostalgia

A nostalgia de ser o que fui, do sentir o que senti.

Deleite

O meu coração deleita-se com  textos e músicas lindos  e com as  mãos deitadas no focinho de alguns , mesmo nas horas certas.

I keep running. I keep hiding.

I'm still running. I'm still hiding. There are no reasons to run away, there are no reasons to hide, but I still do so. One. Two. Three. I look away and there's nothing I can see. I'm still running away. I'm still hiding away. And while I run, and while I hide, I look for the immense danger, I look for the immense adrenaline. I want him, one more time; him, who have had the pleasure of my body; him, who after pissing me off and making me telling him to stop and forced me to take him inside of me. I want to feel him, one more time... two more times... I want to feel and the lust and the madness of a full moon howling, in the streets of the city. I walk down the dark and cold streets (I'm glad that I've mentioned them) and I look back, after listening to what seemed like a weep. Cats fighting or breeding a few more of them. They make strange noises, in the dark and cold streets, while they face each others. And I look back, because it might be the kil

Uma personalidade fragmentada

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Não sei porque insisto em fazer leituras, antes de escrever. Atrofia-me a cabeça toda, deixa-me sem saber o que escrever ou esquecido do que ia escrever. Não sei para que insisto.  Fui descobrindo um ou outro blog, lendo aqui e ali, coisas de que gosto, coisas de não gostei tanto. Fui descobrindo novos bloggers, novas maneiras de ver as coisas, de agir e pensar face a elas. E isso tem sido bom, refrescante. Mas não preenche um vazio, que venho sentindo de há uns tempos para cá. Vazio esse, que tem-se reflectido das mais variadas formas.  Hoje, pensei no curioso desdobrar da minha personalidade. E o melhor para com isso, tem a ver com o Twitter e com o Tumblr. Tenho duas contas de cada, uma que poderia ser dita "normal", só que quem pode definir o normal? Entretanto, por outro lado, tenho outra orientada à pornografia gay. E tenho visto que, nestas últimas, sou muito mais cru, muito mais verdadeiro, muito mais intimista, do que naquilo que chamaria de "normal". Talve

Os jogos e a vida

Eles acham-se mais. E acham-se melhores. Contudo, em jogos que são de pares, que se jogam calados, quando o teu parceiro dá a entender o jogo que está a fazer ou em que oferece, constantemente, o jogo aos adversários, torna-se difícil de conseguires evoluir. O mesmo acontece com a vida: aqueles que devem ajudar-te, continuam a puxar-te para baixo, logo torna-se difícil de conseguires erguer-te!

Rancor

Ando a guardar pequenos rancores de gente, por cenas mínimas, que ainda provoca. Talvez não valha a pena, mas sou assim.

Censura

Desculpem lá qualquer coisinha, sim? É que há merdas que me dão uma comichão do caralho e, como rôo as unhas, não consigo coçar. Escrevi esse texto, depois de alguma ponderação. Ponderei se o fazia, se não o fazia e pensei: "para o caralho com isto, vamos lá escrever  esta merda ". De modo que, sim, escrevi isto, porque anda muita hipocrisia neste mundo. Mas também existem muitos que falam bué e não fazem um caralho, ou que são burros como uma porta e mostram-no ao mundo. A censura está viva, de saúde e, parece-me, recomenda-se.

Your (still) poetry!

I see you're still there. I see you still choose to write your poetry and throw your beautiful soul to the fire, as they dance around the essence, as they dance around such fire. I hope they keep coming. And while they do, I know you are alive and that you're still feeling. And that's a sign. That's a good sign. Thank you so much, Ayujaded!!

O teu olhar

Todos os dias, todas as noites, receava as ruas da cidade, porque o risco de passar por ti era enorme. Hoje, sei que o simples pensamento de ti, pode atrair-te... e mesmo mais tranquilo, ainda penso em ti, na ânsia de ter um vislumbre do teu olhar.

P'ra lá de mim

Há, p'ra lá de mim, todo um turbilhão de emoções. E adivinho-te no rosto, a marca da tristeza, da mágoa. Magoa-me? Porque haveria? A minha mágoa vem de mim, de dentro da minha alma. Bem no âmago do meu ser, existe aquela angústia que não me canso de remexer, que não me canso de abraçar. Adivinho-te no rosto, o sorriso de quem recebeu algo especial. Adivinho-te a tristeza no olhar. Traço, pelo espaço imaginário da minha alma, um gesto lento, como de pretendesse abraçar o mundo, como se pretendesse afastar todo o mundo. Não há palavras que descrevam estas emoções: podem chamar-lhes poesia, loucura... tanto faz. A vida é um nunca mais acabar de ilusões, a quem se pede mais e mais a cada vez que passa. E eu adivinho-te no olhar adivinho mágoa. Há, p'ra lá de mim, todo um mundo de coisas inomináveis. E tu não me adivinhas a angústia na alma.

Sobre princípios

Parece que ficam muito admirados (ou muito ofendidos, não sei bem), por estar confortável comigo mesmo. Por estar de bem com a pessoa que sou, por não fazer exclusão de partes, quando há problemas entre duas pessoas com quem me dou, mas que não me envolvem a mim. Recordo-me de, há largos anos atrás, tentarem fazer-me escolher entre amigos, com uma amizade de alguns anos, e duas pessoas recentes, à altura, na minha vida. Aconteceu que decidi ficar com ambas as partes e isso foi um desagrado. Nunca pensei propriamente em quais seriam os meus princípios de vida, mas acabei por reger-me por um qualquer código, por uma qualquer conduta, que, mesmo sem muito pensamento sobre ela, atraiu muito respeito de muita gente. Hoje, mais que nunca, tenho a certeza de quem sou, do que quero e do que não quero para a minha vida, mesmo que não haja um verdadeiro pensamento sobre o assunto, mesmo que não tenha sequer ponderado o que é que eu via como uma regência de vida. E, mais que nunca, sinto-me certo

Entretém

Como é que se entretém alguém, cuja noite foi de insónia, após ter chegado tarde a casa? Mete-se a ler novos blogs, a seguir autores que lhe tenham agradado e a divertir-se com o drama que algumas pessoas criam. No fundo, batem com a mão no peito e parecem bruxas, aparecendo ao mínimo mencionar de seus nomes. Felizmente, não me entretenho a criar drama, mas posso sempre divertir-me com a estupidez alheia.

Too much drama, madness and the need to enjoy myself

It doesn't matters where else do I write. It doesn't really matters where else have I written before - for a long time, I have been writing here, on this blog and this has been said, by myself, as being my origin as a writer of blogs. It's not my intention to be famous. It has never been. I have always written to myself, for myself and no one else. I have a  blog  in Portuguese, that came as a joke of a friend of mine and it feels really good and really therapeutic to write in my mother language. However, it doesn't feels enough. It's never enough and after a few years of writing there, I have decided to get myself another blog, on a Portuguese blogging platform. There, I came to see some neat blogs and it's a pleasure to read what some people have to say. There, I came to see some bloggers to which I feel connected, because of the darkness within them (e já não me sinto tão só! ). Also there, I came across some drama, of so called bloggers who seem to have not

As coisas são bem melhores

Sabes?,  as coisas são bem mais do que isto, as coisas são bem melhores do que isto. Um dia de merda é um dia de merda e pouco se pode fazer, senão sorrir, mesmo quando parece impossível. Levanta a cabeça, mete aquele sorriso no rosto, ainda que não mostres os dentes e que pareça provocador. Um dia de merda, não invalida que seja outro dia. E, depois de tudo o que já se passou, sabes que é uma bênção.

Queria escrever. E não consegui.

Sei lá. Talvez devesse não escrever. Mas sinto que há palavras presas, revolvendo - se dentro de mim, a querer sair à força. Preparo - me para escrever e as palavras ficam quietas. Como se apenas quisessem incomodar. Acho que devia dormir.

Um estranho sentimento

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A música fala por si. A música diz tudo. Ana Moura, fez uma maravilha neste Fado. A música tem destas coisas. Destas coisas engraçadas, sabes? Especialmente quando te toca, na alma, bem dentro de ti, quando te leva ao sentimento mais íntimo de ti mesmo. Não tenho escrito o que deveria escrever. Contudo, uma noite de música brota, de mim, certas palavras, certos sentimentos, que julgava mortos ou adormecidos, pelo menos, há bastante tempo. E aqui fui ficando, sentindo, sofrendo intimamente, sentindo que é uma bênção estar só, pois não me perguntarão o que sinto, o que me vai no coração (um enfarte?), dada a transparência no meu rosto. Passa - se bastante tempo antes que consiga escrever, após uma paragem, forçada pela falta de palavras. Ou pela falta de... conhecimento, sobre como irei exprimir o que me vai aqui dentro. Mas quando recomeço, torna-se quase uma compulsão, mesmo que possa não ter nada de jeito a escrever.  Perdoa - me se não te escrevo, que tanto te quero e não tenho senti

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