Fazia já um tempo. Um bom tempo! Eis que apareces. Eis que voltas a ser assunto dominante das conversas na minha mente. Aquelas conversas, que as numerosas pessoas que vivem dentro de mim sussurram pelas mesas de um café, também ele dentro da minha cabeça (ou será da minha alma?). Hoje está muito, muito frio. Hoje já chove. Chove lá fora. Chove dentro de mim. Estranhamente, não quero mais nada: apenas um imenso frio. Apenas a chuva que cai, lá fora, aqui dentro (coloco a mão, imaginariamente, sobre o coração). Hoje, imagino como teria sido tudo, caso tu e eu tivéssemos existido alguma vez, caso tivéssemos dado certo. Poderíamos ter até falhado e corrido mal, muito mal, mas se tivéssemos existido... como teria sido? Se passas, não sorri aquele homem louco e destruído pela vida, pela falta de cuidados consigo mesmo, pela falta de sonhos e de esperanças, pela falta das ruas de Lisboa ou de Sintra. Se passas, não sorri quem daria tudo, a alma, a vida, por ti. Tenho saudades de saber o que ...