Sou Tudo Sem Ser Nada

Agora compreendo
Que nada entendo,
Que o erro ficou lá fora
E que depreendo
Que, em breve, irei embora.

Talvez do mundo... da vida...
Que deixarei quem dança,
Quem se ilude - tanta ferida
Que me ficou, na alma, da esperança...
A morte será a minha vingança.

Vejo que todos procuram alguém:
Procuram... e sempre vem
Quem lhes dê alento... e calor...
Uma outra mentira - amor?
Eu quero-me sem ninguém.

O mar... a cinza do meu sonho...
Serei uma lembrança naufragada,
Por tanto mundo que transponho,
Serei tudo, não sendo nada.

E se hoje é triste o meu olhar
Fixo no horizonte,
É de tanto andar a sonhar
Ser uma pedra mais naquele monte!

Comments

Popular posts from this blog

Loucura - há algumas horas atrás

The Blessing and the Curse of Technology

The Idan Raichel Project com Ana Moura: "Sabe Deus"