Podia estar a escrever da rua

Poderia estar a escrever isto da rua, de onde acabo de chegar.
Poderia estar a escrever de um dos cantos escuros, por entre discussões ou conversas mais altas. Não prestar atenção ao que se passa à minha volta. Mas isso seria demais.
Tenho ganho uma renovada confiança, sob vários aspectos. Olhar fixamente as coisas. Observar. Atingir um estado quase distante, mas presente. Manter o foco. Conversar ou escutar e observar do meu canto. Absorver os seus comportamentos, como o álcool os faz agir.
Antes, chegava a ter medo. Hoje em dia, sou parte daquilo.
Antes, temia mais. Hoje, estou consoante.
Soubesses como eu vejo e como eu sinto. Soubesses como, sob aquela fragilidade toda, existe algo mais forte, que face ao receio, enfrenta as noites de frente e muito do que receou.
Hoje, queria que me visses, orgulhosamente, em meio a toda a confusão. Impávido e sereno, absorvendo os gostos da noite.
Receios de outros dias, ainda são existentes. Ainda são uma realidade dentro de mim. Mas estou firme. Estou firme.
Sorri. E sorrirei, ou talvez não sorria de volta. Depende de mim e das minhas fases de lua. Mas estarei, firme.
Poderia estar a escrever da rua. E a fazer mais sentido.

Comments

lua perdida said…
com o passar dos anos certos medos ou receios deixam de existir... e coisas que nos faziam sair fora de nos agora nos deixam indiferentes!! coisas que gostavam de fazer agora ja nao fazem sentido...
o que eramos ontem ja nao somos hoje!!
:)
Diana Fonseca said…
Ainda bem que as coisas estão a correr melhor.
O tempo, por estranho que parece, ajuda muito.

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