Algum dia...

Algum dia, tudo isto fará sentido. Aquilo que sinto, aquilo que desejo, aquilo que procuro, a caça que pratico... Algum dia, fará sentido toda esta loucura...
Algum dia, entenderei porque quero o que quero e porque fujo. Porque fujo de outros, porque fujo de ver e conhecer gente nova.
Algum dia, entenderei porque prefiro as ruas ao calor de um abraço (talvez porque, eu e a rua, sejamos irmãos), porque prefiro a minha própria companhia à solidão de gente que, por muito que tente, não me entende.
Algum dia, entenderei porque escolho sempre as trevas. Ou por que é que sou filho delas.
Algum dia, entenderei a verdade desta existência que muitos apelidam de triste - se bem que, dos outros, não espero nada, nem reconheço as opiniões ao meu estilo de vida. Há muito que deixaram de ter impacto na forma como me sinto ou como me vejo, há muito que deixei de reconhecer-lhes o direito de opinarem sobre a minha vida, especialmente assumindo o mal que dizem nas minhas costas - aceitá-los como juízes da minha vida, seria aceitar uma facada anunciada.
Algum dia, aceitarei algo mais. Ou talvez não.
Mas, também algum dia, serei nada mais que, noite cerrada, o luar que ilumina os caminhos velhos, o vento que gela as faces dos amantes, o mar que chora eternamente, o infinito do Universo, o trinar de uma guitarra... E aí, talvez, eu seja esse dia.

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