Doce melancolia
Doce melancolia, Que me mata e consome aos poucos, que dentre tantos sentimentos, é o único que nunca me abandona, o mais entranhado na minha alma, no meu olhar perdido no horizonte, nos calmos suspiros, nas caminhadas loucas e sem rumo pelas ruas da minha cidade, na angústia que chega de leve, no silêncio da noite, na penumbra do meu olhar. Doce melancolia, Que me corrói, que não vai nunca, que fica no gosto do chocolate, no fumo do cigarro e nos jeitos tresloucados com que gesticulo pelos espaços. Doce melancolia, Que me transporta para os sonhos mais doces, que me traz o amargo gosto da saudade, que me faz admirar a morte que o Inverno transparece, que me faz morrer face ao mar, em estranhas e incompreensíveis orações, à voz de Deus no canto marítimo na falésia que sonho e anseio. Doce melancolia, Fica comigo mais um pouco.