A Tua Presença


 
Continuo a "ver-te" por aí. Se não te vejo a ti, vejo o teu carro estacionado nesta ou naquela rua! Se não vir o teu carro estacionado, vejo-te a passar nele. A tua presença restringe-se a isso agora: a visões fugazes do teu carro, em que já nem a honra de te ver a ti tenho. E sei que isto vai continuar a ser assim, sei que, por muito que me doa, vou continuar a fugir disto ou daquilo, tudo numa vaga e vã esperança de que, algum dia, sejas meu! Mentira! Impossível!
 
Sei que posso fugir para onde quer que seja, mas tu andarás sempre no meu coração. Esta ferida que se abre sempre que algo, como isto de ver o teu carro, acontece, sempre que tenho a sensação de ser seguido por este ou aquele carro, especialmente quando me parece o teu carro, será a única coisa que se fechará, que terminará se eu sair desta cidade. O medo, a ansiedade estranha, os meus devaneios, a minha vida a 1000 km/h, como se fugisse de algo, como se tentasse alcançar algo... Tudo isso só se resolverá quando eu encontrar paz comigo mesmo.
 
A tua presença consegue ser mais fria que o frio deste inverno que atravessamos agora. A tua presença consegue ser mais cortante que a mais afiada das lâminas, mais triste que a beleza das folhas das árvores, caídas no Outono, levadas pelo vento, fazendo estranhas danças no chão dos parques... A tua presença faz-me repensar toda a minha existência, toda a consistência da minha alma, das minhas ideias, faz-me até escrever neste blog desta maneira, indo contra toda a "resolução" que eu tinha feito para o recomeço.
 
A tua presença faz-me sentir A Vítima de novo...

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