Cobardia e complexos

A noite tem sido de chuva, tem sido de trovoada.
A tarde tem sido de chuva, rodeado de amigos.
Ouvimos a trovoada de dentro do carro, vemos os relâmpagos por cima de nós.
Fuma-se.
Aproveita-se mais um pouco da noite.
Sinto-me só.
Em nada as minhas escolhas, nem as minhas acções influenciaram, por bem, a minha vida. Não é hora de tomar uma atitude? Não é hora de mexer-me, deixar de adiar as coisas? Não é hora de acreditar que, mal eu me mexa, o que está errado torna-se em certo, por fruto da minha acção e do meu esforço? Não está na hora de parar de ser medroso (e, talvez, merdoso) e provar-lhes que estão errados?

Talvez já tenha acalmado a tempestade. Que chova. Será auxílio à minha jornada. Resisitirei.

Eu olho o mundo, altivo e com desdém. Olho de longe, o mundo de que me afastei, as fobias e os complexos que ganhei, por conta do (imenso) decréscimo da minha audição e do tempo em que estive sem aparelho, dificultando imenso a minha comunicação com os outros. Olho o mundo e tenho, apesar das oportunidades que me são oferecidas, ataques de medo, de cobardia.

Sinto-me só. Tão só.
Quero mais da vida.

O meu futuro começa hoje. É só acreditar. E mexer-me. Fazer por isso.

Comments

Carlos said…
Talvez seja isso que te falta mesmo. Fazeres por isso...
Cheguei aqui através do "fumo do teu cigarro" e pelo que tenho lido assusta-me perceber que talvez uses a solidão para te esconderes do amor e da sorte que tu próprio desconheces.
Não te esqueças mais de viver. ;-)
Bruno said…
Olá!
Obrigado por seguires os "trilhos vincados" até aqui, ou por seguires "O Fumo Do Meu Cigarro", como se houvesse fogo na origem do fumo.
Eu vivo. Vivo intensamente. Só não vivo, nem tenho interesse, em viver o amor ou certas "sortes desconhecidas". Há que manter o ritmo, há que manter o controlo e a coerência, sem deixar-me afectar por ocasionais sentimentos de melancolia ou solidão.
Obrigado, uma vez mais, pelo comentário

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