Aceito o afastamento (auto-imposto)

Dou comigo a fazer certas experiências. E correm bem. Sabem-me melhor do que poderia imaginar e supôr.
Dou comigo a perseguir sonhos. Dou comigo a perseguir vontades. Vontades de vários géneros. Vontades de várias formas. Dou comigo a observar as ruas, as gentes que passam, os seus sorrisos e as suas máscaras. Dou comigo afastado de todos, com desejo de encontrar-me só. Dou comigo, co o sendo a sombra de alguém que, em tempos, já foi importante, mas conhecendo o anonimato e o silêncio, aprendeu a amá-los.
Exilo-me dos meus círculos. Exilo-me dentro das minhas vaidades. E tudo é tão mais real.
Aceito, em boa condição, as músicas que o destino coloca no meu caminho. Aceito a sombra da noite mais sombria. Aceito a luz mais clara. Aceito os desafios. Aceito a verdade e o meu afastamento. Aceito, sem o mais pequeno queixume, a pedra da calçada onde me sento, para vê-los passar e a minha solitária divagação.

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