Andam todos à procura de alguma coisa

Estava a ponto de perguntar o que é que eu iria escrever. O que é que eu poderia querer dizer e eis que surge, diante de mim, a resposta. A resposta de que tudo é sempre, sem excepção, mais do mesmo e de que tods, também sem excepção são "farinha do mesmo saco", pois todos procuram alguma coisa.
Não estou interessado em descobrir tudo aquilo que os demais procuram. Não me interessa se é apenas companhia ou umas horas bem passadas, se querem amor, se querem apenas alguém que se aperceba da sua existência, que notem a sua presença.
Estou cansado e resignado - não ando à procura, mas também não permito que o encontrem em mim. Eu sou aquele que muitos apelidam de louco, mas que se sente o único são no meio de todos eles, de toda a sua loucura. Que me importa o que façam ou o que digam? Que me importa?

Hoje tenho as ruas da cidade (mesmo elas têm-me sido tiradas aos poucos). Amanhã terei uma era de cavaleiros, castelos, reinos distantes e longínquos, onde poderei correr livremente pelo campo aberto. Hoje tenho a cidade, amanhã terei a minha aldeia esquecida por Deus e quem sabe quando voltarei.
Quero distância do ritmo frenético das cidades. Quero sentir-me no meio de céu aberto, estrelado, sem prédios que recortem a minha vista do alto, sem carros a passarem a todo o instante, sem gente que, tal como eu, passa apenas por passar.
Procurava sobre que escrever e eis-me diante do que constacto tristemente, de que todos querem alguma coisa e de que não estou disposto a dar-lhes, de que nunca estarei disposto a fazê-lo.
Procurava sobre o que escrever e contiuo perdido, porque não me basta. Nada me basta nesta vida.

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