A noite tem sido de chuva, tem sido de trovoada. A tarde tem sido de chuva, rodeado de amigos. Ouvimos a trovoada de dentro do carro, vemos os relâmpagos por cima de nós. Fuma-se. Aproveita-se mais um pouco da noite. Sinto-me só. Em nada as minhas escolhas, nem as minhas acções influenciaram, por bem, a minha vida. Não é hora de tomar uma atitude? Não é hora de mexer-me, deixar de adiar as coisas? Não é hora de acreditar que, mal eu me mexa, o que está errado torna-se em certo, por fruto da minha acção e do meu esforço? Não está na hora de parar de ser medroso (e, talvez, merdoso) e provar-lhes que estão errados? Talvez já tenha acalmado a tempestade. Que chova. Será auxílio à minha jornada. Resisitirei. Eu olho o mundo, altivo e com desdém. Olho de longe, o mundo de que me afastei, as fobias e os complexos que ganhei, por conta do (imenso) decréscimo da minha audição e do tempo em que estive sem aparelho, dificultando imenso a minha comunicação com os outros. Olho o mundo e tenho...