Saberás?!
Saberás da verdade escondida dentro de mim? Saberás das dores, do que sinto, do que imagino? Saberás das minhas raízes e da minha busca eterna? Saberás dos castelos que persigo e que fogem continuamente? (os castelos não fogem, dirás, mas fogem sim. Fogem os meus castelos de fumo e de penumbra) Saberás dos imensos mundos em que caminhei? Saberás, apesar de tentar dar-te a verdade no silêncio, do quanto me magoa? Saberás? Será que saberei de alguma coisa, além de toda a mentira? Será que o mundo será o mesmo que amo, quando, numa outra vida, aqui regressar? Será que tudo terá o mesmo tom e o mesmo cheiro? (mesmo os mais fétidos) Será que tudo será o mesmo, o mesmo mar, a mesma História, a mesma fantasia? Não sei se saberás. Nem eu ouso saber tudo quanto me mata lentamente.